Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvidos pelo blog, em
caráter reservado, se disseram surpresos com a decisão do ministro Luiz
Fux suspendendo temporariamente o caso envolvendo o ex-assessor Fabricio
Queiroz, que trabalhou para o senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL-RJ).
Mas, mais do que isso, apontaram surpresa com o pedido feito por
Flavio Bolsonaro, uma vez que ele não é investigado – apenas citado no
inquérito do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que
apontou movimentação atípica de Queiroz.
O ministro Fux atendeu a um pedido do senador eleito que, por ter
foro privilegiado, quer que o caso seja julgado pelo Supremo Tribunal
Federal. Queiroz não tem foro.
Quem vai decidir sobre o caso é o ministro Marco Aurélio Mello,
relator, mas a discussão pode acabar na Primeira Turma da Corte, por se
tratar de um senador.
Um dos ministros da Corte ouvidos pelo blog afirmou considerar o
pedido do Flávio Bolsonaro um “erro”, porque agora a questão será
avaliada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Na avaliação desde ministro, a procuradora será obrigada a pedir a
ampliação da investigação, porque os fatos também envolvem o presidente
Jair Bolsonaro. Para ele, era melhor para a família o caso seguir na
primeira instância, onde há uma limitação para ampliar o escopo por
conta do foro privilegiado.
Esse ministro considera que Raquel Dodge terá de pedir para analisar a
questão dos depósitos na conta de Michele Bolsonaro. Jair Bolsonaro
disse que o dinheiro se refere ao pagamento de uma dívida de Queiroz.
Pela Constituição, o presidente não pode ser processado por fatos
anteriores ao mandato, mas pode ser investigado.
A avaliação é que o ministro Marco Aurélio, que é o relator, vai instigar essa ampliação da investigação.
Andréia Sadi – G1
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