A nova camisa vermelha da Seleção Brasileira nem foi oficialmente lançada ainda, mas já conseguiu gerar uma boa dose de polêmica. De acordo com informações preliminares, a peça seria uma homenagem histórica à primeira partida da Seleção, disputada em 1914 — quando o uniforme era vermelho. Até aí, tudo bem. O problema é que, no Brasil atual, até a cor da camisa vira motivo de disputa.
Vivemos tempos em que o verde e amarelo passaram a ser fortemente associados ao bolsonarismo. A camisa da Seleção, que já foi sinônimo de festa, união e patriotismo, acabou ganhando contornos políticos. Agora, com a notícia da possível camisa vermelha, muitos já enxergam a tentativa de reposicionar esse símbolo nacional — desta vez, na direção oposta.
Na minha visão, essa camisa tem tudo para ser abraçada pela esquerda como resposta simbólica à forte presença da direita com o uniforme tradicional. Já consigo imaginar o cenário na próxima Copa do Mundo: os bolsonaristas de amarelo, a esquerda de vermelho e os "isentões" tentando manter certa neutralidade em azul.
Se confirmada, a nova camisa vai além do marketing esportivo. Ela entra no campo minado da simbologia política, onde cada cor, gesto e escolha são analisados à lupa. No fim das contas, o que deveria ser apenas uma peça do uniforme pode se tornar mais um capítulo da divisão que marca o Brasil dos últimos anos.
Resta saber se, dentro de campo, o futebol conseguirá fazer o que a política não tem conseguido: unir o país em torno de uma paixão comum.
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