Quem ainda acredita que a governadora Fátima Bezerra age com ingenuidade na política ignora completamente a dinâmica do poder. Experiente, estratégica e calculista, Fátima conhece bem o tabuleiro político e sabe exatamente quando avançar — e quando encurralar adversários.
O vice-governador Walter Alves é hoje o principal exemplo disso. Diante da possibilidade de Fátima renunciar ao cargo para disputar o Senado, caberia a Walter assumir o Governo do Estado. O problema é que a sucessão, que deveria representar uma oportunidade, tornou-se um verdadeiro impasse político. O vice vive uma sinuca de bico, pressionado por todos os lados.
A situação se agravou após a articulação que praticamente inviabilizou a nominata do MDB para deputado estadual, deixando o partido de Walter fragilizado e sem estrutura. Sem alternativa, o vice-governador buscou abrigo na federação PP/União Brasil, numa tentativa de salvar o que restou do projeto político do grupo. Foi um movimento de emergência.
Nesse contexto, a declaração do deputado João Maia, ao confirmar a existência de um acordo político, não foi um deslize. Tratou-se de um recado direto e público, reforçando compromissos previamente firmados e trazendo à tona bastidores que alguém fez questão de lembrar.
Enquanto isso, o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, surge com pressa no cenário. O tempo político corre rápido, e indecisão cobra preço alto. Walter não pode permanecer dividido: ou assume o governo, com todos os custos políticos que isso implica, ou se mantém fora e tenta preservar o MDB via federação.
Caso assuma, o preço será elevado: terá de sustentar bases, garantir espaços, cumprir acordos e manter alianças — nada disso vem sem custo. Se não assumir, o partido tenta sobreviver politicamente por outros meios.
A política, definitivamente, não é um ambiente de contemplação. É disputa, é confronto. E, nesse jogo pesado, Fátima Bezerra mostra que sabe jogar duro. Quem hesita, acaba ficando para trás.
Fonte: Blog Ismael Sousa
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