O caso envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid ganhou um novo capítulo que pode abalar o andamento das investigações sobre o suposto plano de golpe de Estado.
De acordo com reportagem publicada pela revista VEJA, Mauro Cid teria vazado informações sigilosas de sua delação premiada a um dos advogados dos réus investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O material foi entregue oficialmente pela defesa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Marcelo Câmara, ao STF, com um extenso conteúdo: 50 páginas de conversas obtidas por meio de um perfil secreto no Instagram, usado supostamente por Cid.
As mensagens foram trocadas através do perfil "@gabrielar702", onde Cid teria compartilhado detalhes da colaboração premiada, o que configura quebra de confidencialidade e pode comprometer a validade de sua delação. Segundo os advogados, o próprio Cid teria enviado uma selfie para comprovar a identidade antes de iniciar o envio de informações.
A defesa de Câmara afirma que a delação não foi espontânea, nem legítima, e que todas as provas derivadas dela devem ser anuladas. A autenticidade das mensagens foi confirmada pela revista VEJA, que publicou a denúncia em primeira mão no dia 12 de junho de 2025.
Com base nas revelações, a defesa de Bolsonaro, Braga Netto e outros investigados entrou com pedido ao STF para anular a colaboração de Cid, sob a justificativa de quebra de sigilo e falta de veracidade dos depoimentos. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, solicitou à Meta informações sobre os perfis envolvidos e deve decidir nos próximos dias sobre a validade do acordo de delação.
O desdobramento pode ter impactos diretos no curso da investigação, uma vez que as declarações de Cid sustentam diversas acusações feitas no inquérito que apura tentativa de golpe e outros crimes envolvendo ex-integrantes do governo Bolsonaro.
Fonte: Revista VEJA
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