Enquanto países como Japão, União Europeia e China avançam em negociações comerciais com os Estados Unidos, o Brasil encara um cenário de incerteza diante do anúncio de um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, previsto para entrar em vigor no próximo dia 1º de agosto.
Segundo matéria do Portal 96FM intitulada "Brasil encara impasse em tarifaço, enquanto países avançam em acordos" (link), o governo brasileiro ainda não definiu uma resposta concreta e aposta em articulações diplomáticas de bastidores. Um comitê interministerial liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin ouviu mais de 100 empresários para avaliar os impactos da medida, mas até o momento não há definição sobre uma possível retaliação ou contraproposta oficial.
Entre as ações em estudo está o envio de uma comitiva com oito senadores aos Estados Unidos, com o objetivo de sensibilizar congressistas e empresários americanos quanto aos prejuízos mútuos que o tarifaço pode causar — inclusive favorecendo a China em detrimento da indústria norte-americana.
Outros países já conseguiram condições mais favoráveis com os EUA. O Japão, por exemplo, obteve redução tarifária em troca de pacotes bilionários de investimento, enquanto a União Europeia fechou acordos técnicos. A Indonésia, por sua vez, eliminou barreiras alfandegárias para garantir alívio tarifário, e a China conseguiu um adiamento de 90 dias.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) alerta que, caso o Brasil opte por retaliar, o país pode perder até 1,9 milhão de empregos e ver o PIB cair 2,2%, especialmente em setores como transporte, metalurgia e agroindústria.
Diante desse impasse, o governo avalia solicitar aos EUA um adiamento de 60 a 90 dias na aplicação das tarifas, principalmente para proteger contratos em andamento e evitar impactos imediatos sobre a produção e o consumo interno.
A situação exige cautela e mobilização, pois as tarifas norte-americanas, se mantidas, poderão representar um dos maiores abalos comerciais enfrentados pelo Brasil na última década.
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