O general da reserva Mario Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro, admitiu em interrogatório no Supremo Tribunal Federal ter sido o autor do plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”.
De acordo com ele, o documento seria uma análise pessoal de riscos e conjuntura, digitalizado por iniciativa própria. No entanto, a Polícia Federal apurou que o plano previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O crime estava planejado para ocorrer em 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral.
As investigações apontam que o plano envolvia o uso de armamento pesado, incluindo pistolas, fuzis, metralhadoras e até um lança-granadas. O método de execução incluiria envenenamento das vítimas. Também estava prevista a criação de um "Gabinete Institucional de Gestão de Crise" para lidar com as consequências dos ataques.
A organização criminosa seria formada majoritariamente por militares das Forças Especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”. Conforme a Polícia Federal, o general imprimiu o plano dentro do Palácio do Planalto e, em seguida, dirigiu-se ao Palácio da Alvorada, onde se encontrava o então ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
O general alegou que a impressão teve como único objetivo facilitar a leitura, negando que tenha compartilhado o conteúdo com qualquer pessoa. A Procuradoria-Geral da República questionou o fato de haver mais de uma cópia impressa, além de uma reimpressão registrada cerca de um mês depois. Fernandes atribuiu essas ocorrências a configurações da impressora e a modificações que teria feito no texto.
Apesar das negativas do general, a Polícia Federal concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha pleno conhecimento do plano.
Fonte: CNN Brasil
Comentários
Postar um comentário