O fim da relação entre Jean Paul Prates e o Partido dos Trabalhadores era apenas questão de tempo, e se confirmou neste domingo (28). O ex-senador e ex-presidente da Petrobras anunciou sua saída da legenda após mais de dez anos de militância, deixando claro o incômodo com a condução interna do PT potiguar.
Prates não escondeu a chateação. Reclamou da falta de espaço e de um processo de escolhas marcado, segundo ele, por imposições.
“Fui senador, presidi a Petrobras, e ainda assim não houve consulta. Meu ponto não é buscar espaço para mim, mas defender que o processo de escolha de candidatos seja participativo, inclusive com as bases”, disse à CartaCapital.
Agora, o destino político de Jean Paul pode estar entre MDB e PDT, partidos com os quais mantém conversas avançadas. Nos bastidores, ambos sinalizam disposição para abrigar o ex-senador e até oferecer palanque para uma possível candidatura ao Senado em 2026.
Ainda assim, Prates faz questão de negar que sua movimentação seja motivada apenas por ambição eleitoral.
“Tenho minha vida profissional definida, não preciso do mandato. Não sou profissional da política. Vou para a política porque gosto dela”, afirmou.
Sua passagem pela presidência da Petrobras, entre 2023 e 2024, foi marcada por embates duros com ministros do governo Lula, como Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil). À época, acusou os dois de atuarem para elevar os custos da energia, em meio ao debate sobre eólicas offshore. O desgaste político terminou com sua demissão e a chegada de Magda Chambriard ao comando da estatal.
Agora, fora do PT e em busca de novo partido, Jean Paul Prates tenta se recolocar no xadrez político potiguar — mas sem esconder a mágoa com a legenda que um dia chamou de casa.
Fonte: Carta Capital
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